Hands-on: Realme 8 5G

Em maio, escrevi sobre o Realme 7 5G, primeiro smartphone com 5G da marca à venda no mercado brasileiro. Falei que o aparelho era interessante, tinha bons recursos, mas que o 5G não era necessário na época, como ainda não é agora em agosto.

Agora a Realme lança o Realme 8 5G, uma pequena evolução (ou regressão, dependendo do ponto de vista) com a missão de ser um dos telefones intermediários com 5G mais baratos do mercado. Seu preço sugerido de lançamento é de R$ 2.299 (com valor promocional de R$ 1.699 até 28/8 apenas na Americanas.com).

Na época do Realme 7 5G, escrevi que não entendia a obsessão dos fabricantes em lançar smartphones com 5G meses antes do leilão de frequências e implementação de redes no Brasil. Agora digo que entendo: é para ter uma base instalada grande quando a coisa começar a funcionar para valer – e todo concorrente já entrou nessa briga.

Vale ressaltar que a Realme segue com uma estratégia agressiva de lançamentos no Brasil, na corrida para tentar ocupar o espaço deixado pela LG Mobile, com vários produtos novos no mercado (smartphones de entrada da linha C, fones de ouvido, relógios inteligentes) – seguem importados, por enquanto (a empresa diz que fabricação local está nos planos e que negocia com potenciais parceiros).

Aos poucos a Realme também vem ampliando sua distribuição no varejo brasileiro, com presença online nos sites da B2W (Americanas, Submarino), loja no Mercado Livre e também na Amazon. E, no mundo, merece destaque o fato de a empresa ter apenas três anos e já ter vendido 100 milhões de smartphones.

Realme 8 5G: Design, especificações, sistema

O Realme 8 5G vem com um chipset MediaTek Dimension 700 (contra um 800 no Realme 7 5G, que é um pouquinho mais avançado). Para quem torce o nariz para MediaTek, o desempenho é bom, fluido e rápido.

Por dentro, as especificações clássicas dos aparelhos intermediários de 2021: 8 GB de RAM, 128 GB de armazenamento interno (expansível a 256 GB com cartões MicroSD), rodando Android 11. A interface Realme UI 2.0 segue com problemas de tradução/adaptação para o português (nas configurações tem vários ajustes de “ecrã”)

Esse modelo vem com um pequeno truque no sistema operacional: se você tiver espaço sobrando no armazenamento interno, é possível alocar 2, 3 ou 5GB para a RAM – mas na prática não muda muito o desempenho do produto.

Em um teste rápido com o benchmark PassMark Performance Test (que consegue avaliar RAM), a mudança no resultado é muito sutil, quase inexistente. Na prática, pareceu mais truque de marketing do que algo revolucionário em um smartphone intermediário.

O design do Realme 8 5G é mais discreto que o anterior, sem o grande nome da marca na traseira do telefone. Opções de cores: azul ou preto.

Segue com construção em plástico, com leitor de digitais na lateral e entrada para fones de ouvido padrão. A tela de 6,5″ (FHD+, 2400×1800) tem taxa de atualização de 90Hz (eram 120Hz no Realme 7 5G) e o aparelho pesa 185g (com 8,5 mm de espessura). A bateria tem 5.000 mAH de capacidade e a caixa do telefone vem ainda com uma capinha plástica e um carregador DART de 18W com cabo USB (no Realme 7 5G, era um carregador de 30W).

As câmeras

Vendo por trás, o Realme 8 5G engana: não são quatro lentes no módulo da câmera, mas apenas três. Uma principal (48 megapixels), uma macro (2 megapixels) e um sensor preto e branco para profundidade (também 2 MP), 16 MP na frontal. Faltou a grande angular do Realme 7 5G, porém.

Os resultados com a câmera principal são bons, com imagens geradas com 12 MP – existe um modo nativo de 48 MP que não muda muita coisa e cria arquivos muito grandes. Tem um zoom digital de 2x e 5x usando o sensor principal (2x passável, 5x precisa de boa luz).

O modo noturno é OK (benchmark do gato preto está aí) e não espere fotografar a Lua com o Realme 8 5G. E a macro segue como minha menos favorita em qualquer smartphone – as melhores fotos próximas são com a lente principal. Não entendo porque o modo macro está escondido no “mais” da interface da câmera. Veja os exemplos:

Eu compraria um Realme 8 5G?

O Realme 8 5G, como seu antecessor, entra naquela faixa do “vale tudo” no mercado brasileiro de smartphones intermediários, que agora evoluiu de preço, seguindo o dólar – entre R$ 2.000 e R$ 3.000. Com o preço sugerido de R$ 2.299, não é o mais barato do mercado, mesmo com o valor promocional de lançamento (R$ 1.699) por alguns dias. Já dá para encontrar o Moto G 5G na faixa dos R$ 1.500 e o Samsung A32 5G na faixa dos R$ 2.000).

Tem como pontos positivos o grande espaço de armazenamento (128GB), um processador rápido, uma tela grande com boa (mas não excelente) taxa de atualização e uma câmera que não vai operar milagres, mas com a luz certa cria bons resultados. É um produto confuso de certo modo – com processador, tela, câmera, carregador inferiores que o Realme 7 5G – para quem conhece a geração anterior. Mas provavelmente o Realme 8 5G deve ser o primeiro aparelho da marca para muita gente, então não é um grande problema.

Compraria? Sim. É rápido, a câmera principal serve bem ao seu propósito, a bateria tem grande capacidade e o carregador rápido ajuda muito se ela acabar, mesmo só com 18W e não 30W.

Bônus: Realme Buds Air 2 Neo

Além do smartphone 5G, a marca também lançou hoje os fones de ouvido Realme Buds Air 2 Neo (que também recebi junto ao aparelho) e Buds Air 2 -ambos têm cancelamento ativo de ruído e modo transparência (para ouvir o ambiente ao redor sem tirar os fones), com drivers de 10mm para aumento dos graves.

A diferença está no design: o Buds Air 2 Neo lembra o Galaxy Buds+ com ate 28h de duração de bateria, o Buds Air 2 tem uma pegada Apple Airpods Pro, com promessa de bateria de até 25h. E no preço sugerido, claro: R$ 499 no Air 2 Neo e R$ 599 no Air 2. A marca ainda lançou o smartwatch Realme Watch 2 por R$ 599 – fones e relógio também estão com descontos promocionais de 24 a 28/8 (desconto de R$ 100 em cada um deles).

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